
Há mais de um século que os fabricantes e fornecedores de automóveis europeus têm sido pioneiros tecnológicos. Mas a burocracia onerosa está a colocá-los em risco de ficarem atrás dos seus concorrentes globais, à medida que a tecnologia digital se torna uma parte cada vez maior dos nossos veículos. Esta é a ideia principal transmitida no workshop de Diálogo Estratégico com o Comissário Europeu Virkkunen, em que a ACEA, associação que reúne os principais fabricantes na Europa, pediu para serem eliminados os obstáculos administrativos e reduzidos os requisitos de conformidade excessivos para libertar o potencial inovador do setor automóvel europeu.
Os fabricantes e fornecedores de veículos europeus são potências de I&D na vanguarda do seu campo. Gozam de uma reputação invejável em todo o mundo pela inovação, uma indústria que evolui de forma constante no desenvolvimento de veículos automatizados. Carros que estacionam sozinhos, camiões que circulam sozinhos pelos parques de carga: estas e outras aplicações são já uma realidade e muitas delas foram desenvolvidas inicialmente pelos fabricantes Europeus.
“Precisamos que a UE incentive, e não frustre, a nossa liderança comparativa. Os veículos automatizados são a próxima fronteira e um campo que podemos liderar. Mas para isso precisamos de condições que favoreçam a criação de uma base industrial digital forte”, afirmou Sigrid de Vries, Diretora Geral da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA). “É também desconcertante que, num momento em que a Comissão está a ter um diálogo estratégico com a indústria para melhorar a sua competitividade, esteja na verdade a retirar a proposta sobre patentes essenciais padrão, que é essencial para a competitividade e a liderança automóvel da UE na condução semi-autónoma e autónoma, sem qualquer consulta ou discussão prévia com a indústria.”
“Os EUA e outros países estão a investir massivamente em tecnologias essenciais, como a inteligência artificial e a computação em nuvem, e estão à frente no que diz respeito aos mercados digitais. A Europa deve responder com uma abordagem ousada para garantir um mercado próspero para os serviços de mobilidade digital e para assegurar investimento suficiente para que a próxima geração de veículos conectados e automatizados seja desenvolvida aqui”,
afirmou Benjamin Krieger, Secretário-Geral da CLEPA, a Associação Europeia de Fornecedores Automóvel.
“A UE deve reforçar o seu ecossistema de semicondutores e eletrónica automóvel, avançar na I&D e promover parcerias globais e um mercado unificado para os veículos autónomos. Para impulsionar a mobilidade sustentável e a digitalização, é essencial um financiamento equilibrado do 10.ºPQ e um forte apoio à indústria.”
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