
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.













Com três motores, tração integral inédita e o sistema Alpine Active Torque Vectoring, o A390 inaugura uma nova era para a Alpine, combinando comportamento inspirado no A110 com versatilidade de cinco lugares e autonomia até 557 km
O Alpine A390 chega como o modelo que marca a viragem técnica e industrial mais profunda da história recente da marca. Posicionado como o segundo elemento da Dream Garage — entre o compacto A290 e o futuro A110 100% elétrico — o novo fastback de cinco portas apresenta-se como a prova de que a Alpine quer transportar o seu ADN desportivo para a era elétrica sem o diluir.
O objetivo é claro: preservar o prazer de condução que sempre distinguiu o A110, mas torná-lo compatível com uma utilização quotidiana, familiar e longas viagens, através de uma plataforma profundamente revista e de soluções técnicas exclusivas.
O design do A390 foi pensado para transmitir dinamismo mesmo parado. As proporções de fastback, o tejadilho a 17°, as linhas esculpidas inspiradas no A110 e elementos aerodinâmicos funcionais — como a lâmina do capô, os triângulos frontais “Cosmic Dust” e o difusor de 8° — não são meras referências estéticas: respondem à necessidade de otimizar autonomia e estabilidade.
À distância, o perfil denuncia a herança Alpine; de perto, multiplicam-se detalhes técnicos que sugerem precisão e intenção desportiva, como puxadores integrados, assinatura luminosa inspirada nos protótipos LMDh e a presença recorrente da seta Alpine. O conjunto é mais ambicioso e mais maduro do que qualquer modelo anterior da marca.

O habitáculo do A390 foi concebido como um casulo desportivo, revestido a materiais de qualidade e organizado para oferecer ergonomia de condução. O condutor dispõe de dois ecrãs de alta definição (12,3" e 12"), modos de condução acessíveis no volante e comandos físicos para funções essenciais, evitando distrações.
Os bancos Alpine Sport — ou Sabelt®, dependendo da versão — foram desenhados para fornecer apoio em condução dinâmica, mantendo conforto em viagens longas. A bagageira de 532 litros aproxima o A390 de uma utilização familiar e distingue-o dentro dos desportivos elétricos, categoria habitualmente limitada em versatilidade.

Apesar de derivar da plataforma AmpR Medium do Grupo Renault, o A390 beneficiou de uma reinterpretação profunda, incluindo:
triângulos de suspensão exclusivos,
via alargada,
distribuição de peso ideal de 49/51,
distância entre eixos curta para maximizar agilidade. Test_drive_A390_Press_kit_Alpin…
O resultado é um comportamento que a marca afirma estar alinhado com o A110, apesar das diferenças de massa inevitáveis num BEV deste porte. O objetivo foi compensar o peso da bateria através de soluções de chassis e controlo avançado de binário.
O A390 marca a estreia da tração integral na Alpine graças a uma configuração inédita:
um motor dianteiro síncrono de rotor bobinado,
dois motores traseiros independentes, cada um a movimentar uma das rodas.

A partir desta arquitetura nasce o Alpine Active Torque Vectoring (AATV), um sistema que distribui binário entre eixo dianteiro/traseiro e entre roda traseira esquerda/direita, corrigindo subviragem, promovendo sobreviragem controlada ou mantendo neutralidade. Tudo ocorre em milésimos de segundo. Na prática, trata-se de uma tecnologia típica de segmentos superiores aplicada a um fastback compacto — e é o elemento que mais diferencia o A390 dos seus rivais.
O modelo chega em duas versões:
GT, 400 cv, 0–100 km/h em 4,8 s, 200 km/h;
GTS, 470 cv, 824 Nm, 0–100 km/h em 3,9 s, 220 km/h.
Mais relevante do que os números brutos é a consistência: a Alpine garante que o desempenho é repetível mesmo com níveis de bateria mais baixos, fruto de controlo térmico e gestão eletrónica afinados.
Graças ao AATV, às afinações do chassis e ao trabalho com pneus Michelin específicos (EV, 4S e CrossClimate 3 Sport), o automóvel permite uma condução fluida, com drifts controlados sem necessidade de contra-direção agressiva.
A modulação dos pedais, a transição impercetível entre regeneração e travagem por fricção, a direção precisa e a diversidade de modos de condução — Save, Normal, Sport, Track e Perso — permitem adaptar o caráter do carro à estrada ou ao humor do condutor.
Funcionalidades como o botão OV (Overtake), que liberta potência extra durante 10 segundos, e o controlo de arranque reforçam o paralelismo com o mundo da competição.

O A390 GTS inaugura uma bateria de 89 kWh com química NMC de alto desempenho, desenvolvida pela francesa Verkor e montada em Douai. A GT usa células europeias produzidas pela LG. Ambas foram pensadas para:
fornecer potência máxima mesmo com carga baixa,
estabilizar o desempenho ao longo do ciclo,
garantir arrefecimento suficiente para alimentar três motores em esforço continuado.
A autonomia varia entre 503 km (21") e 557 km (20") WLTP. O carregamento rápido atinge 150 kW na GT e 190 kW na GTS, com tempos competitivos:
15%–80% em menos de 29 minutos (GT),
15%–80% em menos de 25 minutos (GTS). Test_drive_A390_Press_kit_Alpin…
A navegação Google Maps integrada gere automaticamente o pré-condicionamento da bateria e otimiza rotas e paragens.
A Alpine sublinha o caráter francês de ponta a ponta do projeto:
montagem em Dieppe,
motores em Cléon,
baterias em Douai com células Verkor de Dunquerque,
pneus Michelin desenvolvidos especificamente para o modelo.
Mais de 10.000 horas de formação foram necessárias para adaptar a fábrica de Dieppe à produção elétrica, reforçando o compromisso industrial do Grupo Renault.

O ambiente tecnológico é sustentado por dois ecrãs de alta definição, sistema Alpine Portal baseado em Android Automotive com atualizações OTA, áudio Devialet de 13 altifalantes e o sistema Alpine Telemetrics — uma suite que analisa condução, fornece coaching e cria desafios gamificados para o condutor.
A versão GT arranca nos 67.500 €, enquanto a GTS começa nos 78.000 €, com diferenciação clara em potência, equipamentos de condução e opções de som e personalização.
O A390 representa uma mudança estrutural na marca: é maior, mais versátil, mais tecnológico e mais industrialmente significativo do que qualquer Alpine moderno. Mas mantém, de forma intencional, o que define a marca desde o A110: leveza percebida, agilidade e ligação ao condutor. Se a Alpine conseguir que esta combinação se traduza no uso real, o A390 poderá tornar-se não apenas um modelo estratégico, mas o primeiro Alpine elétrico a afirmar-se como referência dinâmica no segmento dos fastback desportivos.
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