
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.













Marca francesa revela laboratório de ideias que desafia convenções do automóvel urbano, combinando modularidade extrema, materiais responsáveis e uma arquitetura elétrica pensada para multiplicar usos dentro e fora da estrada.
O novo concept car Citroën ELO foi apresentado como um manifesto de reinvenção para a marca francesa, propondo um modelo compacto que procura responder às mudanças aceleradas dos estilos de vida.
Pequeno por fora, mas com uma surpreendente habitabilidade para até seis ocupantes, o ELO assume-se como “o pequeno que pensa grande”, unindo funcionalidades de descanso, lazer e trabalho num único veículo — um sinal claro das ambições da Citroën para futuros modelos orientados para uma mobilidade mais flexível e sustentável.
Com estreia marcada para o Salão Automóvel de Bruxelas, o ELO surge como continuidade do trabalho iniciado com o concept OLI em 2022, mas amplia essa proposta ao assumir-se como um “espaço de vida” sobre rodas. A Citroën descreve o modelo como uma resposta consciente às necessidades de utilizadores que vivem entre deslocações constantes, teletrabalho, atividades em família e escapadelas espontâneas.
A aposta numa plataforma 100% elétrica, com motor traseiro, permitiu libertar um volume de habitáculo invulgar para os 4,10 metros de comprimento, enquanto o design de monovolume de linhas simples e superfícies envidraçadas reforça a sensação de amplitude interior. A marca afirma que esta relação entre dimensões exteriores e espaço útil é inédita na classe.


A filosofia REST – PLAY – WORK define o ELO como um veículo pensado para ser utilizado muito para além da condução.
O concept pode ser convertido num pequeno quarto, com dois colchões insufláveis — produzidos com tecnologia Dropstitch da Decathlon — e um sistema de iluminação interior adaptado ao modo de repouso. A abertura do tejadilho permite até observar o céu estrelado, transformando o automóvel num “casulo” temporário.
Os bancos traseiros removíveis convertem-se em cadeiras exteriores, ganchos integrados nas portas permitem montar um toldo, e o compressor integrado serve para encher acessórios de atividades ao ar livre. Com tecnologia V2L, o modelo fornece energia a dispositivos como colunas, equipamentos de campismo ou até um pequeno barbecue.


O banco do condutor pode rodar 360º, transformando-se numa cadeira de escritório. Um tabuleiro integrado, preparado para receber um computador portátil, permite criar um posto de trabalho improvisado. O ecrã projetado no para-brisas pode mostrar videoconferências e agendas, configurando uma abordagem inovadora ao trabalho remoto.
O ELO destaca-se pela linguagem visual otimista: superfícies lisas, grandes áreas vidradas e uma tonalidade laranja vibrante que muda com a luz. A ausência de pilar central facilita o acesso ao habitáculo — uma solução possível graças às quatro portas que abrem em sentidos opostos — e reforça a ideia de “casa sobre rodas”
O cockpit elimina o tradicional painel de instrumentos, substituído por um sistema de projeção digital reflexiva, mais simples e económico do que um head-up display convencional. Um volante monobraço reinterpretado — inspirado no clássico DS de 1955 — preserva a visibilidade do condutor.

A Citroën recorreu a materiais reciclados, incluindo feltro derivado de excedentes do concept OLI, e polipropileno expandido semelhante ao usado em capacetes desportivos. Muitos destes componentes são laváveis, leves e concebidos para resistir a utilizações intensivas — uma necessidade para um modelo posicionado como parceiro de atividades ao ar livre.
A parceria com a Goodyear resultou em pneus inteligentes, capazes de medir pressão e desgaste em tempo real e equipados com LED exterior para indicar o estado de utilização. O design de banda dupla permite desempenho eficiente em estrada e aderência reforçada fora dela.
A marca francesa apresenta o ELO como uma síntese dos valores que pretende cultivar nos próximos anos: criatividade, acessibilidade, responsabilidade ambiental e foco no bem-estar. Ao reinterpretar o papel do automóvel como um espaço onde também se vive e não apenas se conduz, o concept car aponta para um futuro em que a mobilidade pretende devolver tempo útil aos utilizadores.
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