
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.













O mercado automóvel nacional manteve a trajetória positiva em outubro de 2025, com as matrículas de ligeiros de passageiros a crescerem 5,5% face ao mesmo mês do ano passado, totalizando 16.137 unidades. No acumulado entre janeiro e outubro, o setor soma 187.701 veículos novos, o que representa um avanço de 8,4% relativamente a 2024. Apesar de a expansão ser generalizada, o mês foi marcado por mudanças relevantes no topo da tabela e pela consolidação de novas marcas no panorama português, com destaque para o avanço das chinesas BYD, Xpeng e Leapmotor.
A Peugeot manteve-se como a marca mais vendida em Portugal no mês de outubro, com 1.608 unidades, equivalente a 9,96% de quota de mercado, ainda que tenha registado um recuo de 19% em relação a 2024. O domínio da marca francesa deve-se sobretudo à força dos modelos 2008, 208, 3008 e 308, que continuam entre os preferidos dos consumidores portugueses. No acumulado do ano, a Peugeot também lidera com 18.950 matrículas, um aumento de 6,2% face a 2024, consolidando o seu papel central entre os construtores generalistas na Europa.
Logo atrás, a Mercedes-Benz somou 1.380 unidades em outubro (+14,4%) e 14.950 veículos no acumulado do ano (+8,9%), confirmando a sua solidez e reforçando o estatuto de marca premium mais vendida em Portugal. A Renault (1.349 unidades; +22%) beneficiou da boa aceitação do Clio e do Captur, além do início da comercialização do Renault 5 E-Tech, um dos elétricos mais esperados do ano. Já a Dacia, com 1.328 matrículas em outubro (+27,7%), voltou a ser uma das grandes surpresas positivas. A nova geração do Duster, aliada à excelente relação preço/equipamento, impulsionou as vendas e garantiu à marca o terceiro lugar no acumulado anual, com 14.550 unidades (+11,5%).
Entre os premium, a BMW manteve um desempenho estável (1.220 unidades, +0,4%), enquanto a Audi cresceu 26,7%, e a Volvo apresentou uma ligeira subida no mês (+4,9%), mas continua em terreno negativo no acumulado anual (-14,5%).
Entre as marcas generalistas, Citroën registou uma das maiores subidas do mês, crescendo 63,1%, impulsionada pelos modelos C3 e C3 Aircross, que beneficiam da nova geração. A Opel também teve um desempenho sólido (+36%), recuperando quota com o Corsa e o Mokka. A Skoda, com 406 unidades em outubro (+41,5%), confirma a vitalidade da sua gama SUV e acelera no acumulado do ano, onde soma 4.520 matrículas (+37,1%).
As marcas chinesas continuam a ganhar espaço. A BYD registou 536 matrículas em outubro (+71,2%) e 4.805 no acumulado (+116,3%), tornando-se a marca de origem chinesa mais bem-sucedida em Portugal. A MG, outra representante da nova vaga, segue trajetória ascendente, com 3.372 unidades matriculadas até outubro, crescendo 75,2% face ao ano passado. Outros nomes emergentes, como Xpeng (+607,7% no mês) e Leapmotor, começaram a marcar presença nas estatísticas da ACAP, sinalizando uma maior diversificação do mercado elétrico nacional.
Apesar da expansão global do mercado, algumas marcas de peso enfrentaram um outubro menos favorável. A Tesla registou uma das maiores quedas do mês (-58,7%), com apenas 144 veículos entregues, e uma retração de 21,4% no acumulado do ano. A Toyota, tradicional líder entre os híbridos, também perdeu força (-43,4% em outubro), refletindo o ciclo de transição das novas gerações do Yaris e C-HR. A Hyundai (-21,8% no mês e -11,5% no ano) e a Seat (-33% no mês, -10,4% no acumulado) seguem a mesma tendência de desaceleração, numa altura em que o grupo Volkswagen reorganiza o portefólio de marcas e versões eletrificadas.
A análise dos primeiros dez meses do ano confirma um cenário de mercado em normalização, com maior dispersão de marcas no topo e um peso crescente dos elétricos e híbridos, que já representam mais de 68% das novas matrículas. Os SUV compactos e urbanos mantêm-se como o segmento mais procurado, sustentando a liderança de Peugeot, Renault, Dacia e Volkswagen. Entre os elétricos, observa-se uma maior democratização da oferta, com as marcas chinesas a reduzir o preço médio de entrada e as europeias a responder com novos modelos mais acessíveis. Do lado premium, a estratégia de rentabilidade da Mercedes-Benz e da BMW continua a mostrar resultados sólidos, com crescimentos sustentados e forte fidelização.
Com o ano a aproximar-se do fim, o mercado português evidencia uma combinação rara de maturidade e transformação. A Peugeot reforça o seu papel de referência, Dacia e Renault mostram dinamismo e consistência, enquanto BYD e MG demonstram que a era da eletrificação acessível já é uma realidade em Portugal. Ao mesmo tempo, a Tesla enfrenta uma fase de reajuste, e marcas tradicionais como Toyota e Hyundai procuram adaptar-se a uma nova lógica de mercado, mais diversificada e competitiva. A tendência é clara: a eletrificação deixou de ser exceção e tornou-se o novo campo de disputa.
Posição | Marca | Unidades | % Mercado | Variação 25/24 |
1️⃣ | Peugeot | 1.608 | 9,96% | -19,0% |
2️⃣ | Mercedes-Benz | 1.380 | 8,55% | +14,4% |
3️⃣ | Renault | 1.349 | 8,36% | +22,0% |
4️⃣ | Dacia | 1.328 | 8,23% | +27,7% |
5️⃣ | BMW | 1.220 | 7,56% | +0,4% |
6️⃣ | Volkswagen | 986 | 6,11% | -0,9% |
7️⃣ | Volvo | 579 | 3,59% | +4,9% |
8️⃣ | Toyota | 561 | 3,48% | -43,4% |
9️⃣ | Citroën | 561 | 3,48% | +63,1% |
🔟 | BYD | 536 | 3,32% | +71,2% |
Posição | Marca | Unidades | % Mercado | Variação 25/24 |
1️⃣ | Peugeot | 18.950 | 10,10% | +6,2% |
2️⃣ | Mercedes-Benz | 14.950 | 7,96% | +8,9% |
3️⃣ | Dacia | 14.550 | 7,75% | +11,5% |
4️⃣ | Renault | 13.562 | 7,23% | +8,3% |
5️⃣ | BMW | 12.192 | 6,50% | +8,0% |
6️⃣ | Volkswagen | 10.919 | 5,82% | +15,2% |
7️⃣ | Toyota | 9.607 | 5,12% | +0,6% |
8️⃣ | Citroën | 8.410 | 4,48% | -1,4% |
9️⃣ | Kia | 6.842 | 3,65% | +6,6% |
🔟 | Nissan | 6.739 | 3,59% | +13,1% |
Total das 10 primeiras marcas: 116.721 unidades (≈62% do mercado acumulado)
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