
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.













Marca alemã ajusta estratégia de produto e prevê retoma gradual a partir de 2026
A Porsche AG reportou um desempenho financeiro misto nos primeiros nove meses de 2025, refletindo o impacto da sua reestruturação estratégica e das condições económicas globais adversas. Embora o lucro operacional tenha caído de 4,035 mil milhões de euros em 2024 para 40 milhões, o fluxo de caixa líquido automóvel subiu para 1,34 mil milhões de euros, demonstrando resiliência nas operações da marca.
A receita total atingiu 26,86 mil milhões de euros, uma diminuição de 6% face ao mesmo período do ano anterior. As entregas globais também recuaram 6%, para 212.509 unidades, mas a Porsche registou novos recordes de vendas nos Estados Unidos e em mercados emergentes, com a região da América do Norte a crescer 5%.
A forte redução nos resultados operacionais está associada a encargos extraordinários de cerca de 2,7 mil milhões de euros, relacionados com a redefinição do portefólio de produtos e com atividades no setor das baterias. As taxas de importação norte-americanas, de 15% desde agosto, também contribuíram para o aumento dos custos.
No total, a Porsche estima que o impacto global destas medidas e das tarifas atinja 3,1 mil milhões de euros em 2025. A empresa reconhece que os indicadores atuais são temporariamente mais fracos, mas considera-os “necessários para reforçar a rentabilidade e a robustez a longo prazo”.
“Atravessamos um período de transição. Esperamos que 2025 represente o ponto mais baixo antes de uma melhoria significativa a partir de 2026”, afirmou Jochen Breckner, diretor financeiro da Porsche AG.
Como parte desta reestruturação, a Porsche planeia alargar a oferta de modelos com motores de combustão e híbridos plug-in, adiando o lançamento de alguns modelos 100% elétricos devido ao ritmo mais lento de adoção do mercado. A nova plataforma elétrica da próxima década será redesenhada em conjunto com outras marcas do Grupo Volkswagen.
Apesar deste ajuste, a marca continua a atualizar a atual gama elétrica e a aumentar o peso dos modelos eletrificados, que já representam 35,2% das entregas globais — 56% na Europa. Dos veículos vendidos este ano, 23,1% são totalmente elétricos e 12,1% híbridos plug-in. O Macan destacou-se como o modelo de maior crescimento, com 64.783 unidades entregues, mais 18% do que no ano anterior.
Em outubro, a Porsche iniciou conversações com representantes dos trabalhadores no âmbito do “Future Package”, um programa destinado a melhorar a eficiência e a rentabilidade num contexto de custos elevados e inflação persistente.
O grupo mantém a previsão de receitas anuais entre 37 e 38 mil milhões de euros, com uma margem operacional global entre 0% e 2%, dependendo do impacto final das tarifas e dos investimentos em curso.
“Estamos a tomar decisões estruturais importantes para garantir o futuro da marca. A Porsche continua a ser financeiramente sólida, mesmo num cenário de elevada incerteza”, reforçou Breckner.
Indicador | 2025 | 2024 | Variação |
Receita total | €26,86 mil milhões | €28,56 mil milhões | -6,0% |
Lucro operacional | €40 milhões | €4.035 milhões | -99,0% |
Margem operacional | 0,2% | 14,1% | — |
Entregas globais | 212.509 unidades | 226.026 unidades | -6,0% |
Fluxo de caixa automóvel | €1,34 mil milhões | €1,24 mil milhões | +8,0% |
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