Comissão Europeia propõe flexibilização e recua na meta de emissões zero em 2035
Redação Europa
há 1 dia
2 min de leitura
Bruxelas recua na meta de emissões zero em 2035 e reintroduz o princípio da neutralidade tecnológica, respondendo às preocupações do setor automóvel europeu.
A Comissão Europeia anunciou esta semana um novo pacote de medidas dirigido à indústria automóvel, introduzindo maior flexibilidade no cumprimento das metas ambientais e recuperando o princípio da neutralidade tecnológica, uma reivindicação antiga dos construtores. A proposta prevê que, em 2035, a redução das emissões de CO₂ seja de 90% — e não de 100%, como estava anteriormente definido — permitindo que os restantes 10% sejam compensados através de soluções alternativas, como o uso de aço de baixo carbono ou combustíveis sintéticos (e-fuels).
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Segundo o documento divulgado, o objetivo é evitar que os construtores sejam penalizados com multas de elevado valor por não conseguirem cumprir metas consideradas excessivamente rígidas, num contexto em que a transição energética ainda enfrenta constrangimentos estruturais. A Comissão reconhece que, apesar do crescimento da mobilidade elétrica acima da média do mercado, persistem limitações significativas, nomeadamente ao nível da infraestrutura de carregamento e dos mecanismos de incentivo à adoção de veículos elétricos.
O pacote agora apresentado introduz também alterações relevantes para os veículos comerciais ligeiros, cuja meta de redução de emissões em 2040 passa de 50% para 40%. Paralelamente, são estabelecidas metas obrigatórias para frotas empresariais no sentido da adoção de veículos de emissões nulas ou reduzidas, reforçando o papel do setor empresarial na transição energética.
De acordo com a posição expressa pela ACAP — Associação Automóvel de Portugal —, estas medidas vão ao encontro da necessidade de uma transição mais equilibrada. A associação sublinha que os construtores automóveis já investiram centenas de milhões de euros na eletrificação e colocaram no mercado mais de 300 modelos de veículos eletrificados, não existindo dúvidas quanto ao seu compromisso com a descarbonização. Ainda assim, defende que a transição exige pragmatismo e condições reais para ser concretizada de forma sustentável.
A proposta será agora analisada pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho, num processo legislativo que poderá redefinir de forma significativa o enquadramento regulatório da indústria automóvel europeia na próxima década.
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