
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.










A Audi voltou a ceder terreno no mercado português de ligeiros de passageiros, ficando para trás face às suas rivais diretas BMW e Mercedes-Benz. Os dados acumulados de matrículas até outubro de 2025 mostram que a marca das quatro argolas atravessa um momento de perda de competitividade, com uma presença quase residual entre os modelos mais vendidos, enquanto as concorrentes ampliam a gama e consolidam posições num mercado premium cada vez mais competitivo.
O Audi A3 é o único modelo da marca a surgir no ranking dos 50 automóveis mais matriculados em Portugal em 2025, ocupando a 36.ª posição, com 1.319 unidades registadas. Apesar de representar uma ligeira subida face ao ano anterior, o resultado expõe a fragilidade da marca num segmento onde tradicionalmente foi forte.
Modelos que outrora tiveram desempenho expressivo — como Q2, Q3, Q5 ou A4 — deixam de figurar na lista, um sinal claro de que a gama atual da Audi perdeu tração junto dos consumidores portugueses, sobretudo num ano em que o mercado premium evidencia dinamismo e crescente procura.
Enquanto a Audi resiste com um único modelo no ranking, BMW e Mercedes-Benz demonstram maior robustez comercial, com vários modelos entre os mais procurados no país.
A marca bávara afirma-se com consistência:
X1 – 2.100 unidades
Série 1 – 1.576 unidades
Série 5 – 1.308 unidades
Série 3 – 1.163 unidades
Todos superam o Audi A3, revelando que a BMW combina renovação de gama com propostas bem alinhadas com o mercado nacional.
A Mercedes-Benz continua a ser a referência do segmento:
Classe A – 3.232 unidades
GLA – 1.610 unidades
Classe E – 1.247 unidades
Classe C – 1.165 unidades
CLA – 1.136 unidades
O Classe A, um dos pilares do sucesso da marca em Portugal, matricula mais do que o dobro do Audi A3, reforçando a distância entre as marcas.
Num mercado onde os SUVs compactos se afirmam como a tipologia dominante, nenhum Audi Q2, Q3 ou Q4 e-tron surge entre os modelos mais vendidos — contrastando com a presença consistente de BMW X1, Volvo XC40 e Mercedes GLA.
O mesmo acontece no segmento elétrico, cada vez mais relevante em Portugal. O facto de nenhum modelo e-tron figurar no Top 50 demonstra que a Audi não acompanha o ritmo da eletrificação nacional, onde Volvo e Mercedes já consolidaram sua presença. A estas ofertas se juntam marcas como a Tesla, que, embora não seja classificada no mesmo segmento premium tradicional das marcas alemãs, é um dos principais players no mercado de carros de valor superior. Além destas marcas, propostas muito interessantes e competitivas, como as disponibilizadas pela smart e Polestar, e a chegada de novas marcas elétricas de alto valor, como a XPeng e a BYD (que está a crescer de forma exponencial em Portugal), estão a redefinir a dinâmica da categoria.
Em outubro de 2025, a diferença volta a ser evidente:
Audi A3: 87 unidades
Mercedes-Benz Classe A: 350 unidades
BMW X1: cerca de 200 unidades
O desempenho regular das rivais e a queda consistente da Audi sugerem que a distância dificilmente será reduzida sem uma renovação profunda da gama.

O panorama de 2025 deixa claro que:
A Audi perde espaço num momento estratégico para o segmento premium.
BMW e Mercedes-Benz beneficiam de renovação de gamas e maior diversidade de modelos competitivos.
O A3 é insuficiente para garantir expressão comercial face à ofensiva das rivais.
A falta de SUVs compactos competitivos e elétricos relevantes penaliza a marca.
Num mercado que valoriza inovação, eletrificação e propostas versáteis, a Audi enfrenta o desafio urgente de reencontrar protagonismo num território onde outrora disputou liderança. O ano de 2025 confirma que Portugal está a assistir a uma nova configuração do segmento premium — e, por enquanto, a Audi é quem mais perde nesta mudança.]
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