
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.










A organização do Dakar revelou, em Jeddah, todos os detalhes da 48.ª edição da prova, que irá decorrer entre 3 e 17 de janeiro, prometendo um dos percursos mais exigentes de sempre. Num ano em que a competição regressa ao conceito de “balance of power”, o rali apresenta uma combinação inédita de maratonas, etapas gigantes e navegação traiçoeira que poderá redefinir a hierarquia entre favoritos.
A nova edição, que também marca o arranque da 5.ª temporada do W2RC (World Rally-Raid Championship), terá um percurso total de 8.000 km — dos quais 4.900 km disputados ao cronómetro — num grande loop com partida e chegada em Yanbu, à beira do Mar Vermelho. O saudita Yazeed Al Rajhi, campeão em título, esteve presente na apresentação e pôde conhecer o terreno onde tentará defender o troféu diante de um pelotão renovado e altamente competitivo.
A edição de 2026 não pretende repetir fórmulas anteriores. A organização introduziu novas combinações de terreno e agrupou desafios de forma calculada, mantendo o ADN da prova: velocidade, navegação, resistência e imprevisibilidade.
A primeira semana será marcada por pistas rápidas, zonas pedregosas e campos de dunas intermináveis. O momento-chave chega logo nas etapas 4 e 5, com uma variante inédita das tradicionais maratonas: um bivouac em estilo “refúgio”, extremamente básico, onde não haverá qualquer assistência de equipas — apenas o que os concorrentes conseguirem ajudar uns aos outros. A gestão mecânica e física será crucial.
A etapa 6, a mais longa da edição, soma 925 km (dos quais 336 km cronometrados) e deve funcionar como porta de entrada para o descanso em Riade, embora muitos pilotos devam chegar ao dia de repouso já em modo de sobrevivência.


Após uma curta pausa na capital saudita, o percurso volta a endurecer. A etapa 7 marca o regresso a Wadi Ad-Dawasir, ausente desde 2022, e dá início a um bloco final com mais de 1.700 km por cumprir, sendo 762 km ao cronómetro.
Uma segunda maratona — desta vez com percursos distintos para FIM e FIA — promete separar verdadeiramente os candidatos dos sobreviventes. E, mesmo quando a prova se aproxima do fim, a navegação volta a assumir protagonismo: a etapa 11, entre Bisha e Al Henakiyah, é apontada como um dos grandes momentos de viragem da edição, com potencial para baralhar a classificação geral a apenas dois dias da chegada.
Como sempre no Dakar, “nem o último grão de areia está garantido”. A festa acontecerá em Yanbu, mas apenas para quem resistir a duas semanas de desgaste absoluto.

A lista oficial de inscritos reúne 325 veículos, distribuídos por:
118 motas (FIM)
207 viaturas FIA: 72 na Ultimate, 37 na Challenger, 43 SSV, 8 na Stock e 47 camiões
O Dakar Classic continua também em crescimento: 97 veículos históricos (74 carros e 23 camiões) enfrentam um percurso recorde de 7.348 km.
O Dakar também acelera na direção do futuro através da terceira edição da Mission 1000, uma plataforma destinada a testar tecnologias de nova geração. O pelotão incluirá:
7 motas totalmente elétricas
1 camião híbrido, alimentado por hidrogénio e biodiesel
As principais novidades incluem baterias mais eficientes nos protótipos Segway, equipas privadas espanholas com os modelos Arctic Leopard e projetos independentes com motas Stark Future — que têm sido um sucesso comercial. Já o camião KH7, duas vezes vencedor da categoria, regressa como símbolo do avanço tecnológico da iniciativa.
A Missão 1000 integra o programa Dakar Future, que aposta no desenvolvimento de bio combustíveis e soluções mais limpas para competição e mobilidade.
Além da competição principal, o Dakar reforça a vertente de formação com a iniciativa Saudi Next Gen, que estreou em 2025 com cinco duplas submetidas a um programa intensivo de preparação. Dois pares — Hamza Bakhashab e Raed Alassaf, e Abdullah Al Shegawi com Fahar Alamr — conquistaram lugar no Dakar 2026 e irão alinhar na categoria SSV.
Uma nova geração está agora a iniciar o processo de seleção em Yanbu, escolhida entre cerca de 50 candidatos oriundos de várias disciplinas do automobilismo saudita.
Com uma rota mais equilibrada, maratonas renovadas e condições extremas distribuídas de forma estratégica, o Dakar 2026 promete ser uma das edições mais completas e imprevisíveis dos últimos anos, onde a resistência física e psicológica dos pilotos será tão determinante quanto a robustez das máquinas.
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