Museu do Caramulo leva a paixão automóvel para a rua com nova edição de “O Museu na Rua”

Evento realiza-se a 8 de novembro e convida o público a uma viagem no tempo pela história do automóvel, com modelos de 1902 ao final do século XX.

Caramulo, 28 de outubro de 2025 — O Museu do Caramulo volta a trazer história, ruído e movimento às ruas da serra com mais uma edição de “O Museu na Rua”, marcada para o dia 8 de novembro. A iniciativa, já uma tradição entre os apaixonados por clássicos, propõe uma verdadeira viagem no tempo sobre rodas, reunindo automóveis e motociclos históricos que representam mais de um século de evolução técnica e cultural.

Do pioneirismo dos primeiros motores ao design marcante dos anos 80, a seleção deste ano reflete a diversidade e o fascínio que moldaram a história do automóvel — uma história contada através de máquinas que, mais do que objetos, são símbolos de engenho e emoção.

Dos primórdios à era moderna: uma viagem pela história da locomoção

Entre as relíquias em exibição e circulação estará o Oldsmobile Curved Dash de 1902, considerado o primeiro automóvel produzido em série nos Estados Unidos. A sua criação nasceu de um detalhe curioso: o desgosto do seu inventor, Ransom Olds, pelo cheiro dos cavalos — uma aversão que, ironicamente, viria a mudar o rumo da mobilidade humana.

Outro protagonista do início do século XX é o De Dion-Bouton AL de 1906, exemplo do génio mecânico francês numa época em que o automóvel ainda procurava a sua identidade entre a engenharia e a arte.

Da Segunda Guerra Mundial chegam dois ícones com valor histórico inestimável: o Willys-Overland MB ¼ Ton de 1944, o lendário jipe militar que simboliza robustez e simplicidade, e o Ford Universal Carrier de 1944, veículo blindado ligeiro sobre lagartas que desempenhou funções logísticas e táticas em múltiplos teatros de guerra.

Dos anos dourados ao refinamento italiano

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A década de 1950 marca o equilíbrio entre elegância e desempenho. A BSA Gold Star de 1952 traduz o auge do motociclismo britânico, enquanto o Alba, produzido em Albergaria-a-Velha no mesmo ano, representa uma das raras manifestações do talento português na construção automóvel. Já a Norton International 40 de 1954 reforça o domínio técnico britânico, destacando-se pelo inovador quadro Featherbed, referência para gerações de motociclistas e engenheiros.

O salto para os anos 1970 traz o exotismo do Maserati Merak de 1973, resposta direta ao Lamborghini Urraco e ao Ferrari Dino 308 GT4, com linhas de Giugiaro e o carisma inconfundível da casa do tridente.

A viagem termina nos anos 80, com o Alfa Romeo 75 1.8 Turbo de 1987, modelo criado para celebrar os 75 anos da marca italiana e último automóvel desenvolvido de forma independente pela Alfa Romeo antes da integração no grupo FIAT.

Tradição, surpresa e exposições paralelas

Como já é habitual, a organização guarda um “automóvel surpresa”, cuja identidade só será revelada no momento da saída, prometendo surpreender o público e manter viva a emoção de cada edição.

Paralelamente, os visitantes poderão ainda conhecer as exposições “The Fittipaldi Collection” e “A Segunda Guerra Mundial ao Vivo e a Cores”, que estarão patentes no museu, complementando a experiência com um olhar mais amplo sobre a história e o património motorizado.

Um evento que liga o passado à preservação do futuro

Com início às 10h da manhã, o evento decorre em frente ao Museu do Caramulo e prolonga-se durante todo o dia. A participação é aberta ao público mediante a compra de um voucher simbólico, disponível na loja online ou no próprio dia, cujo valor reverte integralmente para a conservação e manutenção da coleção do museu.

“O Museu na Rua” conta com o apoio da Shell e reforça a missão do Museu do Caramulo de preservar e partilhar o património automóvel, levando o som e o cheiro da história para fora das suas galerias e até ao coração da vila.

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