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Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

  • Foto do escritor: Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
    Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
  • há 20 horas
  • 8 min de leitura
Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

Desde o primeiro contacto com o Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV Takumi Plus, percebemos que este não é “apenas” o SUV maior da marca. É, para todos os efeitos, a declaração formal de que a Mazda quer disputar espaço com os nomes grandes do segmento – e que já tem argumentos para isso.


Design, proporções e posicionamento

Ao vivo, o CX-80 impõe-se de forma muito diferente de um SUV médio “convencional”. Com 4,99 m de comprimento, 1,89 m de largura e 1,71 m de altura, sobre uma distância entre eixos de 3,12 m, estamos claramente perante um automóvel de grande porte, pensado para famílias exigentes em que viagens se transformam em momentos de convívio numa verdadeira sala de estar sobre rodas.


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Em termos de linguagem estética, a Mazda leva o Kodo Design a um nível mais adulto: superfícies longas e limpas, poucos vincos artificiais e um jogo de luz e sombra que valoriza a pintura como poucos construtores conseguem fazer. A frente é dominante, com capô de grandes dimensões e uma grelha tridimensional esteticamente elegante, além de faróis finos em LED, que conferem uma expressão quase “humana” ao olhar do carro.


Na nossa opinião, o CX-80 acerta na difícil combinação entre elegância e robustez: é um SUV grande, mas nunca “barulhento” no design. A vista lateral alongada, a traseira limpa e os detalhes cromados discretos reforçam uma imagem de sobriedade premium. Nesta versão Takumi Plus, as jantes de 20 polegadas, os apontamentos específicos e a assinatura luminosa mais trabalhada ajudam a cimentar essa perceção.


No mercado português, o CX-80 posiciona-se na faixa alta do segmento D/E dos SUV de 3 filas, com preços que arrancam na ordem dos 63 mil euros e sobem até cerca de 90 mil euros, dependendo de motorizações e níveis de equipamento. Em termos de concorrência direta, olhamos naturalmente para Volvo XC90, BMW X5, Kia Sorento PHEV e Hyundai Santa Fe, entre outros. A Mazda não tenta “copiar” nenhum deles; em vez disso, oferece uma leitura japonesa do luxo familiar: mais artesanal, mais contida, menos exibicionista.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

Interior: luxo japonês, espaço e alguns detalhes discutíveis

Abrir a porta desta versão Takumi Plus é entrar num ambiente que, honestamente, já não fica a dever muito aos premium mais estabelecidos. A combinação de couro nappa claro, madeira natural e superfícies macias passa imediatamente a sensação de produto cuidado e de forte componente artesanal.


A posição de condução é um dos grandes pontos fortes: com excelente apoio lombar, múltiplas regulações elétricas e memória. A visibilidade é boa, o volante em pele tem o diâmetro e espessura certos e, no geral, sentimos que a Mazda continua a privilegiar o condutor na forma como desenha o habitáculo.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

O posto digital é composto por painel de instrumentos totalmente digital e ecrã central de 12,3", ambos com grafismo sóbrio e resposta rápida. O sistema multimédia é moderno e capaz, mas aqui entra um dos poucos pontos com que menos nos identificámos: a Mazda mantém o comando rotativo na consola central como interface principal para operar o ecrã em andamento. Percebemos a lógica – reduzir toques no ecrã e distracções –, mas em 2025, para quem está habituado a sistemas tácteis mais diretos, o processo parece-nos menos intuitivo, requerendo mais atenção do condutor, sobretudo quando queremos fazer ajustes rápidos a configurações ou navegação.


Em termos de espaço, este CX-80 é, como seria de esperar, muito convincente. A grande estrela da nossa unidade é a configuração de 6 lugares (2+2+2), com duas poltronas individuais na segunda fila, dignas de um lounge de primeira classe: aquecidas, ventiladas, com excelente apoio e espaço generosíssimo para pernas e ombros. A terceira fila oferece dois lugares adicionais que, na nossa opinião, são plenamente utilizáveis para adultos em viagens médias, e bastante confortáveis para crianças, sem aquela sensação de “castigo” típica de algumas terceiras filas.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

O teto panorâmico com abertura contribui decisivamente para a sensação de amplitude e bem-estar, sobretudo para quem viaja atrás. Em conjunto com a boa insonorização e com o trabalho de suspensão, cria-se um ambiente de viagem muito próximo do que esperamos de uma proposta assumidamente premium.


A bagageira varia consoante o número de filas em utilização: com as três filas levantadas, temos um compartimento útil mas naturalmente limitado; com a terceira fila rebatida, a capacidade cresce de forma muito competitiva, e com apenas duas filas em uso, o valor aproxima-se dos quase 2.000 litros, o que faz do CX-80 um verdadeiro “carregador de família”.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

Outro destaque é o sistema de som Bose, que oferece palco sonoro amplo e boa definição, tirando partido do excelente isolamento acústico do habitáculo. Para quem valoriza música em viagem, este é um ponto onde sentimos claramente diferença face a propostas mais generalistas.


Motorizações, consumos e comportamento dinâmico

No mercado português, o Mazda CX-80 oferece duas motorizações:

  • o 2.5 e-Skyactiv PHEV que ensaiámos, com 327 cv e 500 Nm, combinação de motor 2.5 a gasolina de quatro cilindros com motor elétrico e bateria de 17,8 kWh;

  • e o 3.3 e-Skyactiv D de 254 cv, um seis cilindros em linha diesel mild hybrid, pensado para quem faz muitos quilómetros e valoriza prestações robustas com consumos baixos.


Ambos contam com tração integral AWD i-Activ e caixa automática de 8 velocidades, o que simplifica bastante a escolha: qualquer CX-80 é sempre 4x4 e sempre automático.


No caso do PHEV, a Mazda anuncia uma autonomia elétrica de cerca de 60 km em ciclo WLTP, consumo combinado de 1,6 l/100 km e 23,8–23,9 kWh/100 km de energia elétrica, com emissões de 35–36 g/km de CO₂. Quando a bateria está descarregada, o consumo de combustível passa para cerca de 8,1 l/100 km.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

Na nossa experiência, usando o carro como um família o faria – mistura de cidade, estradas e alguns troços de autoestrada – ficámos com médias entre os 6,5 e 7,5 L/100 km, interessantes para um SUV com mais de duas toneladas e sete lugares. O consumo real, combinado ao longo do ensaio, manteve-se em valores que consideramos coerentes com o porte e potência do modelo, desde que se aproveite bem a componente elétrica, reiterando mais uma vez que veículo PHEV só faz sentido, se regularmente recarregado para utilização urbana e auxilio em viagens. Se for para "esquecer" de recarregar, esqueça a compra de um plug-in, pois estará a carregar um peso extra (baterias) permanente, prejudicando o meio ambiente e o seu bolso.


Em termos de comportamento dinâmico, o CX-80 deixa muito clara a sua filosofia: este é um SUV que privilegia o conforto em detrimento da desportividade, pelo menos nesta versão PHEV Takumi Plus. A suspensão é suave, absorve bem irregularidades e só em andamentos mais ambiciosos sentimos o peso a fazer-se notar em transferências de massa mais evidentes.


A direção é precisa, mas não é esportiva; é filtrada, consistente e prevê aquilo que esperamos de um carro pensado para viagens em família. Os travões, dimensionados para o peso e para a potência, oferecem potência e progressividade adequadas.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

O conjunto motor–caixa funciona de forma muito suave. A transição entre modo elétrico e híbrido é bem gerida, e a caixa de 8 velocidades raramente chama a atenção – o que, para nós, é sempre um elogio neste tipo de automóvel. Não é um SUV para “ataque de curva”, é um SUV para chegar longe descansado, com a família confortável e o condutor em controlo total do que o carro está a fazer.


Comparação com os concorrentes

Face a um Volvo XC90 Recharge ou a um BMW X5 PHEV, o Mazda CX-80 apresenta-se como uma proposta mais discreta em estatuto de marca, mas muito séria no que toca a conteúdo, qualidade percebida, tecnologia e refinamento. Em relação a propostas como Kia Sorento PHEV ou Hyundai Santa Fe, o CX-80 aproxima-se mais claramente da esfera premium, tanto em preço como em acabamento e experiência global.


Na nossa leitura, é precisamente aqui que está o seu maior trunfo: a Mazda oferece um produto com ambição premium e execução convincente, mas ainda com um toque de autenticidade que muitas vezes se perde em marcas mais estabelecidas.


RESUMO DO EDITOR

O Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV Takumi Plus é, para nós, a confirmação de que a Mazda já joga claramente no campeonato dos SUV premium de grande dimensão. O design é elegante e coerente, as proporções são impressionantes sem descambar em ostentação, e o posicionamento de preços acompanha essa ambição, sobretudo nesta versão de topo. Não é um carro “para todos”, mas é um carro que faz muito sentido para quem quer algo diferente dos habituais alemães.


No interior, o CX-80 convence pelo requinte, pelo espaço e pela qualidade de construção. As duas poltronas da segunda fila são um argumento fortíssimo para quem valoriza conforto a bordo, o sistema de som Bose e os materiais elevam a experiência, e o ambiente geral transmite aquela calma japonesa que acaba por se tornar viciante em viagem. O sistema multimédia é competente, mas o comando rotativo na consola central parece-nos menos prático do que soluções tácteis mais diretas – é, talvez, o ponto onde sentimos o conceito mais conservador do que o necessário.


Teste: Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV e o momento em que a Mazda entra, sem pedir licença, no clube premium

Em estrada, este PHEV não pretende ser um desportivo; pretende ser um grande carro de viagens. E consegue-o, com uma combinação de conforto, silêncio e suavidade mecânica que nos deixou muito bem impressionados. A autonomia elétrica é suficiente para o dia a dia, os consumos são coerentes para o porte e peso do conjunto e a existência de uma versão diesel 3.3 e-Skyactiv D oferece uma excelente alternativa para grandes rodagens e autonomias ainda maiores. Em suma, o CX-80 está à altura da ambição que a Mazda lhe atribui – e é, sem dúvida, um dos SUV mais interessantes que passou recentemente pela nossa redação.


Artur Semedo - Editor de Veículos PUBLIRACING


Notas do Ensaio
Notas do Ensaio

Pontos-Chave para Avaliação de Veículos

  1. Motorização e Desempenho

    Potência, torque, aceleração, resposta em diferentes cenários (cidade, estrada, ultrapassagens).

  2. Consumo / Eficiência Energética

    Média de consumo (l/100 km ou km/l) ou eficiência elétrica (kWh/100 km).

  3. Autonomia

    Fundamental em elétricos e híbridos plug-in, mas também importante em combustão (tamanho do tanque, consumo real).

  4. Conforto e Ergonomia

    Qualidade dos bancos, espaço interno, nível de ruído, suspensão, facilidade de acesso e posição de condução.

  5. Tecnologia e Conectividade

    Infotainment, integração com smartphone, atualizações OTA, assistentes virtuais, personalização digital.

  6. Segurança

    Sistemas ADAS (travagem automática, ACC, manutenção de faixa, monitorização de fadiga), número de airbags, estrutura e testes de colisão.

  7. Travagem e Estabilidade

    Qualidade dos travões, distância de travagem, comportamento em curvas, controle de tração e estabilidade.

  8. Espaço e Funcionalidade

    Porta-malas, espaço para ocupantes, modularidade dos bancos, porta-objetos e usabilidade no dia a dia.

  9. Design e Acabamento

    Estilo exterior, qualidade de materiais no interior, atenção ao detalhe e percepção de valor.

  10. Custo-Benefício

    Preço em relação ao que oferece, garantia, custo de manutenção, valor de revenda.


Veja também os nossos vídeos exclusivos com o Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV Takumi Plus


  • Apresentação

  • Design & Exterior

  • Interior & Tecnologia

  • Teste Dinâmico

  • Resumo e Avaliação Final


Vídeos do teste realizado

(Artur Semedo, editor de Veículos, com participação especial de Keller Carvalho)

Ficha Técnica – Mazda CX-80 2.5 e-Skyactiv PHEV Takumi Plus

Característica

Dados principais

Motor térmico

2.5 Skyactiv-G, 4 cilindros em linha, gasolina atmosférico

Cilindrada

2.488 cm³

Motor elétrico

Motor síncrono de ímanes permanentes (integrado no sistema PHEV)

Potência máxima sistema

327 cv (241 kW)

Binário máximo sistema

500 Nm

Bateria (bruta)

17,8 kWh, iões de lítio

Tração

Integral (AWD i-Activ)

Caixa de velocidades

Automática Skyactiv-Drive de 8 relações

Autonomia elétrica WLTP

60 Km

Consumo combinado WLTP e do Ensaio Publiracing

1,6 L/100 km (combustível) / 23,8–23,9 kWh/100 km (energia elétrica) - 7 L/100 km media com bateria e 8,6 L/100 km sem bateria no ensaio Publiracing

Emissões CO₂ WLTP

35–36 g/km (Classe CO₂ B)



Velocidade máxima

195 km/h (limitada)

0–100 km/h

6,8 s

Comprimento

4.995 mm

Largura (s/ espelhos)

1.890 mm

Altura

1.710–1.714 mm

Distância entre eixos

3.120 mm

Peso em ordem de marcha

2.200–2.240 kg (consoante especificação)

Lugares

6 (configuração 2+2+2 na versão ensaiada; gama com opções 5/6/7 lugares)

Bagageira

258 L (7 lugares) / 687 L (5 lugares) / até 1.971 L (2 lugares)

Jantes

Liga leve 20" na versão Takumi Plus (235/50 R20)

Sistema de áudio

Bose

Outras motorizações (PT)

3.3 e-Skyactiv D 254 cv, seis cilindros em linha, mild hybrid, AWD, 8AT

Gama de preços PT (indicativa)

64.000 € a 92.000 €, consoante motor e versão - Unidade testada tem o preço de 75 054 €


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