
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set













Fabricante alemã reforça controlo de custos e acelera transformação estrutural enquanto cresce a procura por modelos elétricos
O Grupo Audi registou um desempenho misto nos primeiros nove meses de 2025, marcado por um contexto económico exigente e por profundas mudanças estratégicas. As receitas atingiram 48,4 mil milhões de euros, um crescimento de 4,6% face ao mesmo período do ano anterior, impulsionado por um maior peso dos modelos elétricos na gama.
O lucro operacional totalizou 1,6 mil milhões de euros e o fluxo de caixa líquido alcançou 2,1 mil milhões de euros.
Apesar do aumento das receitas, a margem operacional recuou para 3,2% (face a 4,5% em 2024), refletindo o impacto de tarifas nos EUA, custos de reestruturação e provisões para cumprimento das metas de CO₂. O lucro líquido após impostos foi de 2,06 mil milhões de euros, inferior aos 2,43 mil milhões registados no ano anterior.
“Estamos a redesenhar a empresa e os nossos veículos com foco no essencial. A clareza é o nosso novo guia”,
afirmou o CEO Gernot Döllner, sublinhando que a nova estratégia corporativa da Audi resulta de um processo de reavaliação profunda, batizado de Audi Agenda, destinado a simplificar operações e reduzir complexidade.
O CFO Jürgen Rittersberger reforçou esta visão:
“O controlo rigoroso de custos é um passo crucial para garantir a resiliência do nosso modelo de negócio. A Audi está a tornar-se mais ágil e mais focada nas áreas de futuro.”
Nos primeiros três trimestres de 2025, o Grupo Brand Progressive (que inclui Audi, Bentley e Lamborghini) entregou 1,19 milhões de veículos, uma redução de 4,8% face a 2024. No entanto, o destaque foi o forte crescimento dos veículos totalmente elétricos (BEV) da marca Audi, com 163.000 unidades entregues, o que representa um aumento de 41%, o mais elevado entre os fabricantes premium.
O Audi Q6 e-tron destacou-se como o modelo elétrico mais popular, com quase 64.000 unidades vendidas. Os pedidos na Europa Ocidental cresceram 67%, sinalizando uma tendência positiva para os próximos meses.
Em termos regionais, a Audi registou:
Europa (excluindo Alemanha): 340.600 entregas (-4,2%), com +43% em modelos elétricos.
Alemanha: 149.000 veículos (+0,7%), com crescimento de 70% nas versões BEV.
China: 434.000 veículos (-9%), penalizados pela concorrência intensa.
América do Norte: 155.600 unidades (-5%), mas +54% em elétricos.
Mercados emergentes: crescimento global de 6%, com +51% em elétricos.
A Audi está a redefinir a sua estrutura industrial e de produto, simplificando processos e concentrando investimentos em áreas consideradas essenciais para o futuro. Esta transformação prepara o terreno para 2026, ano em que a marca lançará a maior ofensiva de produto da sua história.
O foco estará em:
Modelos elétricos compactos de nova geração.
SUVs de grande dimensão com motores de combustão mais eficientes.
Versões RS de alto desempenho, que continuarão a representar o lado mais dinâmico da marca.
Entre os destaques previstos para o próximo ano estão um novo modelo elétrico de entrada de gama e a estreia mundial do Audi Q9, o primeiro SUV da marca no segmento D.
Bentley entregou 7.236 veículos (-2%), com receitas de 1,89 mil milhões de euros e margem operacional de 6,1%.
Lamborghini vendeu 8.140 unidades (-3,2%), com receitas de 2,41 mil milhões de euros e margem de 24,6%.
Ducati comercializou 41.973 motociclos (-4,1%), gerando 732 milhões de euros em receitas e uma margem de 6%.
O resultado financeiro do grupo, incluindo as operações na China, foi de 965 milhões de euros, dos quais 386 milhões provenientes do mercado chinês.
A Audi ajustou as previsões para o final do ano, estimando receitas entre 65 e 70 mil milhões de euros e uma margem operacional entre 4 e 6%. O fluxo de caixa líquido deverá situar-se entre 2,5 e 3,5 mil milhões de euros, dependendo da estabilidade na disponibilidade de semicondutores e componentes eletrónicos.
O grupo prevê que o realinhamento atual e o aumento das vendas de modelos elétricos reforcem a sustentabilidade financeira e tecnológica da marca, num mercado global cada vez mais competitivo e volátil.
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