
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.













Vans e camiões registam fortes quebras, enquanto o segmento dos autocarros mostra sinais de recuperação, impulsionado pela eletrificação.
Bruxelas, outubro de 2025 — O mercado de veículos comerciais na União Europeia manteve uma trajetória negativa durante os primeiros nove meses de 2025, refletindo o impacto de um contexto económico desafiante e a desaceleração da procura nos principais países do bloco. Segundo dados divulgados pela ACEA (Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis), as matrículas de comerciais ligeiros caíram 8,2%, as de camiões diminuíram 9,8%, enquanto os autocarros registaram um crescimento de 3,6%, sendo o único segmento a apresentar evolução positiva.
O segmento das vans foi o mais afetado, com uma quebra de 8,2% em relação ao mesmo período de 2024. França — o maior mercado europeu — registou a descida mais acentuada, de 8,3%, seguida por Itália (-6,1%) e Alemanha (-6%). Em contraste, Espanha destacou-se pela positiva, com um aumento de 13,3% nas novas matrículas.
Nos camiões, a quebra foi ainda mais expressiva: -9,8%, totalizando 225.483 unidades registadas no conjunto dos 27 Estados-membros. A procura por pesados de mercadorias caiu 9%, enquanto os médios registaram uma descida de 13,5%. Entre os principais mercados, Alemanha (-17,9%) e França (-13,4%) apresentaram as reduções mais significativas, refletindo o abrandamento da atividade industrial e das cadeias logísticas europeias.
Em contraciclo com o resto do setor, o mercado europeu de autocarros registou um crescimento de 3,6%, alcançando 28.417 unidades até setembro. A recuperação foi liderada por Polónia (+16,9%) e Alemanha (+12,8%), impulsionadas por programas de renovação de frota e incentivos à mobilidade elétrica.
Por outro lado, Itália (-16,9%), Espanha (-11,3%) e França (-4,5%) continuaram a registar quedas.
A eletrificação está a ganhar peso neste segmento: os autocarros elétricos representam já 22,7% das novas matrículas, com crescimentos expressivos na Suécia (+684%), Bélgica (+389%) e Alemanha (+108%). Ainda assim, os modelos a diesel continuam a dominar, com 64,2% de quota de mercado, embora em ligeira descida face aos 66,6% registados no ano anterior.
Apesar da retração global, a quota de veículos eletrificados aumentou em todos os segmentos, embora de forma insuficiente para compensar as quedas no total do mercado.
Nos comerciais ligeiros, os modelos 100% elétricos já representam 10,2% das novas matrículas, quase o dobro dos 5,7% registados em 2024. No entanto, os motores a diesel ainda dominam, com 81,7% de quota, apesar de uma queda de 11,4% em volume.
Nos camiões, a eletrificação avança lentamente: 3,8% das novas matrículas são elétricas, face aos 2,1% do ano anterior. O crescimento foi particularmente forte nos Países Baixos (+192%), Alemanha (+33%) e França (+27%), mercados que concentram dois terços de todos os camiões elétricos vendidos na União Europeia.
A ACEA sublinha que, embora a quota de veículos eletrificados esteja a crescer, o ritmo de adoção ainda é insuficiente para atingir as metas climáticas europeias. A ausência de infraestruturas adequadas, como pontos de carregamento para pesados, e o custo elevado das tecnologias emergentes continuam a travar a transformação do setor.
Os fabricantes alertam para a necessidade de políticas de apoio consistentes e de condições de mercado mais favoráveis, para evitar uma nova desaceleração em 2026.
“O crescimento da mobilidade elétrica é encorajador, mas o mercado europeu enfrenta desafios estruturais profundos. Sem redes de carregamento dedicadas e incentivos equilibrados, será difícil garantir uma transição eficiente e competitiva”, destaca a ACEA.
Segmento | Variação | Tendência | Observações principais |
Vans | -8,2% | Queda generalizada | França, Itália e Alemanha em baixa; Espanha cresce +13,3% |
Camiões | -9,8% | Recuo acentuado | Forte queda nos pesados; Alemanha e França com dois dígitos negativos |
Autocarros | +3,6% | Recuperação | Polónia e Alemanha lideram; impulso da eletrificação (+22,7% quota elétrica) |
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