
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.



Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
15 de set.













A 34.ª Rampa da Arrábida foi o encerramento perfeito para uma das temporadas mais competitivas e emocionantes da história recente do Campeonato de Portugal de Montanha JC Group. Com organização exemplar do Clube de Motorismo de Setúbal (CMS), a clássica prova voltou a transformar a serra num verdadeiro anfiteatro natural, reunindo milhares de adeptos ao longo do fim de semana e oferecendo três dias de espetáculo, rivalidade e paixão pelo automobilismo.
A habitual parada de sexta-feira à noite, nas avenidas Luísa Todi e José Mourinho, voltou a encher o coração da cidade de cor, motores e emoção, num momento de comunhão entre público e pilotos que já é tradição. O ambiente de festa reforçou o impacto mediático e popular de uma prova que é, há décadas, um símbolo do desporto motorizado nacional.
Na luta pela vitória absoluta, José Correia (Osella PA30), líder da JC Group Racing Team, foi o nome em destaque. O piloto bracarense mostrou consistência e rapidez ao longo de todo o fim de semana, mesmo depois de um susto na manhã de domingo — uma quebra de transmissão na subida de treinos.
Sem se deixar abalar, Correia manteve o foco e impôs o seu ritmo, conquistando a vitória absoluta e o título simbólico de “Rei da Arrábida 2025”, encerrando assim a temporada em grande estilo.

O seu principal adversário foi Nuno Caetano (Osella PA21S EVO – Power House), que terminou a apenas 3,5 segundos e confirmou a sua grande evolução competitiva. O pódio absoluto ficou completo com o jovem Tomás Pinto (BRC CM05 EVO – Famaconcret), uma das grandes revelações da época, que brilhou entre os Protótipos B e garantiu o 3.º lugar geral, solidificando o seu estatuto de futuro candidato ao título nacional.
A Divisão de Protótipos B manteve a tensão até à última subida.
O experiente Hélder Silva (SilverCar S3), pentacampeão nacional absoluto, regressou em boa forma e terminou em 4.º da geral e 2.º da divisão, seguido por Afonso Santos (BRC B49 – Power House), 5.º absoluto e 3.º da categoria.
Contudo, o destaque final coube a Nuno Guimarães (SilverCar S2), que concluiu em 7.º da geral e 4.º nos Protótipos B, resultado suficiente para revalidar o título nacional da divisão, coroando uma temporada regular e estratégica.

Depois de várias épocas de domínio absoluto de Luís Nunes (Skoda Fabia R5 SC), o aveirense José Lameiro (Skoda Fabia MKIII – DM Motorsport / Diatosta) assinou um fim de semana perfeito e conquistou uma vitória histórica — a primeira desde a sua transição do Rallycross para a Montanha.
Após uma primeira subida equilibrada, Lameiro foi imbatível nas duas de domingo, vencendo a categoria Super Challenge e a Divisão SC-A. Nunes ficou em 2.º lugar, enquanto João Pires (BMW E36 M3) brilhou ao assegurar o 3.º lugar da geral e a vitória na Divisão SC-B.
Nas restantes divisões, Bruno Carvalho (Citroën Saxo) triunfou na SC-C após duelo emocionante com Luís Fernandes (Peugeot 106), e Bruno Gomes (Fiat Punto 85 Sport) venceu novamente na SC-D, confirmando também o título da classe.

Na categoria GT, o galego Bernardo García de Castro (Porsche 991.2 GT3 Cup) confirmou a sua superioridade e somou a terceira vitória consecutiva da temporada, depois dos triunfos em Caramulo e Boticas.
A sua tática — discreto nos treinos, fulgurante nas provas — voltou a dar frutos, vencendo o campeão nacional José Rodrigues (Porsche 997.2 GT3 Cup) por apenas 0,1 segundos num duelo eletrizante. O pódio ficou completo com o regressado José Carlos Pouca Sorte (Porsche 991.2 GT3 Cup), que alcançou o seu melhor resultado da época.
A categoria Turismos proporcionou o final mais dramático do fim de semana. Com os dois candidatos empatados em pontos, Pedro Alves (Cupra Leon TCR) e Gonçalo Inácio (Kia Ceed TCR) sabiam que quem vencesse na Arrábida seria o campeão nacional.
E o desfecho foi digno de um filme: na derradeira subida, Alves impôs-se por apenas 107 milésimos de segundo, sagrando-se Campeão Nacional de Turismos e vencedor da Divisão Turismo 2.
Inácio garantiu o vice-campeonato e Parcídio Summavielle (Peugeot 208 Rally4) fechou o pódio. Na Turismo 3, o vencedor foi Nuno Madeira (Caterham Seven 420 R), seguido de Filipe Ferreira (Honda Civic Type R) e Carlos Silva (Renault Clio RS).

Nos Clássicos, Ricardo Pereira (Ford Escort RS2000) dominou do início ao fim, batendo o campeão Flávio Sainhas (Ford Escort MKI) por 3,9 segundos, com Luís Moutinho (Ford Escort) a completar o pódio.O veterano Abílio Machado (BMW 1602) encerrou o Top 5, celebrando 20 anos de participações na Arrábida — um marco de dedicação à prova.
Nos Legends, o desfecho foi inesperado: Filipe Macedo (Citroën Saxo Cup), líder até sábado, cometeu um erro na 2.ª subida de prova e cedeu a vitória a Telmo Costa (Citroën Saxo), que assinou o primeiro triunfo da carreira e garantiu o vice-campeonato.Macedo foi 2.º, seguido por Miguel Gonçalves (BMW E36 Coupé), Gonçalo Janeira (Citroën AX GTI) e Carlos Delgado (Mercedes 190 2.3 16V).

Entre os 1300, a prova ficou marcada por um duelo familiar emocionante: Daniel Rolo (Datsun 1200 Coupé) superou o pai Aníbal Rolo (Datsun 1200) por 2,6 segundos, enquanto José Pedro Figueiredo completou o pódio.A jovem Eva Laranjeira (Peugeot 205 Rallye), a correr em casa, foi travada por problemas mecânicos.
No FPAK Júnior Team, o jovem Nuno Guimarães (Citroën C1) encerrou a época de forma dominante, conquistando a sexta vitória em sete provas e o título nacional com autoridade. André Brás e Carolina Martins, ambos em Citroën C1, completaram o pódio.
Galeria de Imagens






























A Rampa da Arrábida 2025 confirmou, mais uma vez, o seu estatuto de prova icónica do automobilismo português — com organização exemplar, adesão massiva do público e competitividade de alto nível.
Foram três dias de festa, emoção e paixão pela Montanha, num cenário único que une cidade e serra. O Campeonato de Portugal de Montanha JC Group encerrou assim uma temporada de excelência, consolidando-se como uma das disciplinas mais vibrantes e apaixonantes do desporto motorizado nacional.
Com novas equipas, talentos emergentes e um público cada vez mais entusiasta, tudo aponta para que 2026 traga ainda mais espetáculo, rivalidade e emoção nas rampas portuguesas.
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