
Artur Semedo - artur.semedo@publiracing.pt
1 de out.










Após mais de três décadas afastada do topo do desporto automóvel, a Lancia confirma o retorno oficial ao Campeonato do Mundo de Ralis. Yohan Rossel e Nikolay Gryazin serão os pilotos responsáveis por conduzir o novo Ypsilon Rally2 HF Integrale no WRC2, com estreia marcada para o Rallye de Monte Carlo 2026 – um momento simbólico para uma marca cuja história se confunde com a própria evolução da modalidade.
A Lancia está oficialmente de volta ao panorama mundial dos ralis. A marca italiana anunciou que Yohan Rossel/Arnaud Dunand e Nikolay Gryazin/Konstantin Aleksandrov serão as duas duplas oficiais do Team Lancia Corse HF na temporada de 2026 do WRC2, selando o regresso ao campeonato onde conquistou 11 títulos mundiais de construtores antes de abandonar a disciplina no início dos anos 1990.
A estreia acontecerá no 94.º Rallye de Monte Carlo, entre 22 e 25 de janeiro, palco onde a Lancia construiu grande parte do seu legado e que agora acolhe o início desta nova etapa. A operação desportiva será assegurada pela PH Sport, com o apoio da Yacco e da Sparco, enquanto a direção da equipa ficará a cargo de Didier Clément, figura com vasta experiência na estrutura de ralis do Grupo Stellantis.
A escolha dos pilotos procurou combinar experiência, consistência e potencial de evolução.

Yohan Rossel, francês de 30 anos, chega após um percurso sólido dentro do ecossistema Stellantis e de uma temporada 2025 em que terminou como vice-campeão do WRC2. No currículo reúne ainda títulos como campeão mundial WRC3 (2021), campeão francês e vencedor do Citroën Racing Trophy.
O búlgaro Nikolay Gryazin, 28 anos, destaca-se pela rapidez e pela capacidade de adaptação, especialmente em pisos exigentes. Foi campeão WRC2 Challenger em 2025, somando-se a conquistas como o título ERC U28 e diversas vitórias internacionais.
Ambos se reúnem agora sob a mesma bandeira, reforçando o compromisso da Lancia com um regresso competitivo e capaz de lutar regularmente pelas primeiras posições.

O projeto desportivo centra-se no novo Lancia Ypsilon Rally2 HF Integrale, cuja apresentação despertou entusiasmo imediato entre equipas e pilotos. Mais de 40 unidades já foram encomendadas para competir em diferentes campeonatos, sublinhando o impacto do regresso da marca.
O modelo representa também o último degrau da nova “escada de ralis” da Lancia, pensada para apoiar a formação de jovens pilotos e criar continuidade dentro da modalidade.
Para Roberta Zerbi, CEO da Lancia, o regresso exige responsabilidade mas também ambição:
“Yohan e Nikolay trazem leituras diferentes do desporto e a atitude certa para crescer com o projeto. O Ypsilon Rally2 HF Integrale foi criado para competir ao mais alto nível. Olhamos este novo capítulo com confiança e clareza.”
Tanto Rossel como Gryazin sublinham o significado de conduzir para uma marca que marcou gerações. Rossel destaca o respeito que a Lancia impõe, evocando as palavras de Miki Biasion – bicampeão do mundo com a marca –, enquanto Gryazin ressalta a honra de integrar um projeto que procura “devolver um nome lendário ao seu lugar legítimo”.
O diretor da equipa, Didier Clément, reforça que a escolha das duplas reflete a exigência do programa:
“Para marcar o regresso de uma marca icónica, precisávamos de pilotos capazes de lutar por vitórias em cada prova. As duas formações são completas e extremamente competitivas.”
Com a confirmação das duplas e a estreia marcada para Monte Carlo, a Lancia reentra oficialmente num campeonato onde escreveu algumas das páginas mais marcantes do automobilismo. A temporada de 2026 será assim mais do que um regresso: será um teste à capacidade de a marca reencontrar o espírito que a tornou uma referência absoluta nos ralis.
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